CIRILO JUNIOR
da Folha Online, no Rio
O assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, admitiu que o governo mandou intensificar o controle a espanhóis que chegam ao Brasil. Segundo Garcia, não houve retaliação brasileira e, sim, reciprocidade em relação à postura adotada pelo governo espanhol com os brasileiros que chegam à Espanha.
Ele explicou que essa reciprocidade é um conceito diplomático. "Já exercemos isso quando os Estados Unidos impuseram controles, que a nosso juízo pareciam um pouco exagerados em relação aos brasileiros que lá chegaram. Exigimos os mesmos procedimentos de lá. O que houve agora foi isso. A Polícia Federal não fez nenhuma coisa a mais", disse.
Na última quinta-feira (6), a Polícia Federal brasileira impediu a entrada de sete espanhóis que tentavam desembarcar no aeroporto internacional de Salvador (Bahia).
Garcia afirmou que a ordem de estabelecer reciprocidade de ação partiu do ministro da Justiça, Tarso Genro. Para ele, o problema ocorrido na Espanha deve-se à "temática eleitoral" espanhol. Amanhã (9), o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), do atual primeiro-ministro espanhol, José Luiz Zapatero, disputa a maioria no parlamento com o PP (Partido Popular).
"Mantivemos o mesmo critério. Simplesmente intensificamos um pouco mais a rotina. É normal. O país tem que se fazer respeitar". O assessor informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende entrar em contato com Zapatero na próxima semana.
Na avaliação de Garcia, o problema é localizado e será resolvido sem nenhuma dificuldade. "Vamos tratar isso de forma civilizada. Somos respeitosos com as normas da União Européia, mas, ao mesmo tempo, queremos o respeito aos brasileiros que é devido a qualquer pessoa", disse.
Marco Aurélio Garcia disse ainda que as últimas informações vindas da Espanha dão conta de que houve mudança de atitude dos oficiais espanhóis no aeroporto de Barajas, em Madri, dando a entender que o tratamento aos brasileiros melhorou.
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